Angelina Jolie, Lady Di, Lindsay Lohan, Britney Spears, Monique Evans. Sabe o que essas mulheres têm em comum? Além da fama e da beleza, todas elas foram diagnosticadas com a mesma doença: o Transtorno de Borderline, também chamado Transtorno de Personalidade Limítrofe.
Pelo Transtorno de Borderline, a pessoa tem reações exageradas a situações do dia a dia, apresentando instabilidade e impulsividade. O nome personalidade limítrofe ou borderline, aliás, foi escolhido porque o paciente parece estar sempre no limite para explosões, causando impacto nas pessoas ao redor ou em si mesmo, como automutilação ou tentativa de suicídio.
“Falo como alguém que protagoniza essa síndrome…”, escreveu Débora Caroline, nos comentários da crítica do filme nacional sobre Borderline, chamado “Eu Sinto Muito”, de 2019, no site Adoro Cinema. “De fato tudo nos causa um turbilhão de sentimentos. Além disso, quem possui essa síndrome tem um interminável sentimento de culpa… por tudo, até por existir.”
O Dr. Gonzalo Ramirez, médico e psicólogo, explica que a síndrome de Borderline “é caracterizada pelas mudanças súbitas de humor, medo de ser abandonado pelos amigos e comportamentos impulsivos, como gastar dinheiro descontroladamente ou comer compulsivamente, por exemplo”.
Em um artigo em que assina no site Tua Saúde, o Dr. Ramirez conta que esses pacientes, em geral, alternam seus comportamentos e sentimentos; ou seja, ora estão estáveis, ora têm momentos descontrolados de raiva, depressão e ansiedade.
Em linhas gerais, os sintomas do Borderline costumam iniciar na adolescência, tornam-se mais frequentes no início da fase adulta e passam a ser mais controlados pelos pacientes com o avanço da idade.
Sintomas do Transtorno
O Transtorno de Borderline causa sintomas complexos e intensos. Os principais são:
- Sentimento de rejeição ou de abandono por parte de familiares e amigos, inclusive em situações que não correspondem à realidade.
- Relacionamentos e afetividade instáveis, cheios de altos e baixos, variando entre o amor e o ódio, ou do êxtase à tristeza, mesmo quando o fator desencadeante não justifica essa alternância aos extremos. É comum também o border (como é popularmente chamado um paciente com o transtorno) acabar de conhecer alguém e agir como se já fossem amigos íntimos.
- Dificuldade em falar sobre seus sentimentos de forma clara.
- Interpretação deturpada da autoimagem, tendo uma percepção de si mesmo de forma errônea.
- Busca incessante para ser aceito pelos outros, podendo até mudar seu visual, sua carreira, suas crenças e seus valores para se adaptar a alguém ou a uma turma.
- Comportamentos impulsivos, como fazer compras desnecessárias, abusar de álcool ou drogas, dirigir perigosamente, ter relacionamentos sexuais de risco, ficar viciado em jogos, comer demais ou fazer dieta muito restritiva.
- Agressões a si mesmo, seja se automutilando – cortando-se, por exemplo –, seja tentando tirar a própria vida, em busca de alívio para as dores emocionais que sente. Não é raro o border ameaçar se suicidar frequentemente. Cerca de 10% desses pacientes acabam cometendo o suicídio.
- Sensação de solidão e de vazio interior, o que leva o paciente a buscar incansavelmente algo novo e diferente. Por isso, o border costuma mudar muito de emprego, não terminar um curso ou um projeto e deixar relacionamentos sem motivo aparente.
- Irritabilidade e ansiedade exacerbadas, que podem levar o paciente a reações desproporcionais, incluindo violência física. Parece não conseguir controlar sua raiva. Na maioria das vezes, depois a pessoa fica com um profundo sentimento de culpa pela forma como agiu.
Saúde mental
O Transtorno de Borderline, sem dúvida, vai deteriorando a saúde mental da pessoa acometida com essa doença. Por isso, a importância de a síndrome ser tratada o quanto antes.
Entretanto, não há um exame laboratorial ou de imagem que indique que a pessoa tem o Transtorno de Borderline. O diagnóstico clínico, que deve ser feito por um profissional da área da saúde, também não é fácil, até porque os sintomas podem ser confundidos com outras doenças.
Uma delas é o Transtorno Bipolar, o qual provoca alterações de humor, variando entre a depressão e os episódios maníacos (euforia, perda de contato com a realidade, dificuldades para dormir).
Para se ter uma ideia da dificuldade de identificação do problema, ao analisar nos dias de hoje o comportamento da musa Marilyn Monroe, alguns profissionais dizem que ela sofria de Borderline, mas outros apontam que seu quadro era de Transtorno de Personalidade Histriônica.
Este último faz com que a pessoa queira ser o centro das atenções, fale de forma dramática, tenha opiniões fortes, mas também é facilmente influenciada, muda de humor e acredita que algumas de suas relações são mais próximas do que realmente são.
Então, a dica é prestar atenção aos sinais e fazer uma autoanálise. Seu humor oscila de uma hora para outra? Age sem pensar, de forma impulsiva? Tem sentimentos negativos sobre si mesmo de forma exagerada? Por qualquer coisa, sente crescer a raiva de forma descontrolada?
Em caso afirmativo, procure ajuda de um profissional, como um psiquiatra. Apesar de não ter cura, o tratamento com medicamentos e terapia é eficaz para o controle dos sintomas, deixando o paciente ter uma melhor qualidade de vida e manter relacionamentos mais saudáveis na vida pessoal e profissional.
Fontes:
https://blog.psicologiaviva.com.br/transtorno-de-personalidade-limitrofe/
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-275127/criticas-adorocinema/
https://www.tuasaude.com/sintomas-da-sindrome-de-borderline/
https://amenteemaravilhosa.com.br/marilyn-monroe-retrato-psicologico-boneca-quebrada/