Amor e compreensão! Esses são os principais sentimentos que devem guiar as pessoas que convivem com alguém que tem Transtorno de Humor Bipolar – também conhecido como Transtorno Afetivo Bipolar (TAB).
Lidar com uma pessoa, que ora está super eufórica, ora está deprimida, não é nada fácil. Isso é um fato! Mas se há um entendimento de que as alterações de humor são causadas pela doença e se o doente for tratado com amor, o relacionamento pode, sim, ser saudável e feliz.
“Tenho TAB, sei que é difícil nos entender, mas compreendam uma coisa: nós não somos a doença, nós temos a doença.” Esse é o desabafo de uma mulher, que sofre do Transtorno Bipolar.
Ela disse que é comum o paciente sentir culpa por ter a doença e vergonha de si mesmo, o que acaba dificultando que ele mesmo aceite o diagnóstico e siga o tratamento recomendado.
O tratamento não cura a doença, mas ameniza os sintomas, promovendo uma melhor qualidade de vida. Sem tratar, o doente é incapaz de avaliar o risco de atitudes e ações, podendo se portar de forma inadequada, falar sem pensar, extrapolar nos gastos financeiros.
Quando o doente rejeita o tratamento, talvez ele tenha vergonha de admitir que sofre com a doença. Nós podemos, nesse caso, demonstrar que não há preconceito, que é apenas uma condição de saúde. Sem menosprezar, nem valorizar a doença.
Tem como evitar o Transtorno Bipolar?
O Transtorno de Humor Bipolar é uma doença, cujas causas ainda não estão totalmente esclarecidas. A certeza é que existem fatores genéticos e biológicos (na química do cérebro). Além disso, fatores externos podem desencadear a doença em pessoas predispostas, com destaque para situações de estresse.
Portanto, para reduzir as chances de sofrer desse mal, precisamos primeiramente reduzir o estresse, o que pode ser feito com a prática de meditação e yoga, por exemplo.
Além disso, pesquisas indicam que devemos evitar o uso de alguns medicamentos que agem no sistema nervoso, como aqueles para emagrecer. Também é recomendável evitar produtos à base de cafeína e bebidas alcóolicas em excesso, além do consumo de drogas.
Convivência harmoniosa
Para conviver melhor com quem tem o Transtorno Bipolar, damos algumas dicas:
Fale com calma
Fale com calma, com voz serena. O tom deve ser para o lado positivo. Evite discussões, que só tendem a piorar a situação. Quando estiver na fase de depressão, traga assuntos alegres, como relembrar algum momento feliz vivido pela pessoa.
Ouça com atenção
Ouvir, dando atenção ao paciente, é muito importante. Não o ignore, principalmente quando ele dá sinais de que considera o suicídio.
Ofereça ajuda
Quando o doente está num episódio de mania ou de depressão, pode precisar de algo para se sentir melhor. Assim, ter a iniciativa de perguntar em que pode ajudar é uma boa estratégia.
Entretanto, não trate o paciente como vítima ou incapaz, fazendo tudo por ele ou facilitando demais. Diante de algo que ele diz que não consegue, incentive-o a tentar, ficando a seu lado e ajudando no que for realmente necessário.
Abandone o preconceito
As alterações de humor não são controladas por quem sofre de Transtorno Bipolar. Por isso, evite julgar, fazer suposições ou mesmo dizer que é frescura.
Cuide de sua própria saúde mental
Conviver ou cuidar de um bipolar pode abalar sua saúde mental. Por isso, não descuide de si mesmo. Além de ter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas, procure ter boas noites de sono, por exemplo.
E, caso sinta-se abalado emocionalmente e/ou mentalmente, busque ajuda de um profissional, como psicólogo ou psiquiatra. Com uma boa saúde mental, a pessoa consegue lidar de forma mais tranquila com alguém com Transtorno Bipolar.
Outra pessoa bipolar conta que, sinceramente, entende a dificuldade que é conviver com pessoas portadoras da doença. “Porém, eu creio que o amor fala mais alto que qualquer crise! Quando a pessoa sabe que o que fazemos também nos afeta e faz parte de um ‘sintoma de doença’ elas acabam entendendo e sabendo como lidar! Acho que o grande segredo da boa convivência é esse!”
Ela vai além: “As pessoas não fazem ideia de como fica nossa cabeça e nossos sentimentos, tudo o que queremos é o mesmo que vocês (que convivem com um doente): que passe logo, e que consigamos vencer sem causar danos a nós mesmos e aos outros”.
Quando passa a crise, seja de depressão, seja de mania, a pessoa volta a ser quem sempre foi. “Não é a crise que nos define…”, completa.
Doentes anônimos encontram eco nas palavras da cantora Demi Lovato: “Eu acho que quando as pessoas se referem a mim como bipolar, é algo que é verdade – eu sou bipolar -, mas eu não gosto que as pessoas usem isso como rótulo”, disse ela em uma entrevista para a rádio digital iHeartRadio, dos Estados Unidos. “É algo que eu tenho, não o que eu sou… Eu não uso a minha voz só para cantar, eu uso para falar sobre saúde mental e coisas que eu amo.”
Fontes:
https://www.abrata.org.br/10-dicas-de-ouro-para-quem-sofre-de-transtorno-bipolar/