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Como lidar com a Esquizofrenia

A Esquizofrenia é um transtorno mental que leva o paciente à psicose (com delírios, pensamentos desconectados com a realidade) e a alucinações (geralmente auditivas, o que o faz ouvir vozes). Apesar de sua principal causa ser genética, o ambiente em que o esquizofrênico vive impacta no nível de gravidade da doença e na frequência das crises, segundo vários estudos científicos.

Isso significa, por exemplo, que se os familiares de um esquizofrênico têm atitudes, reações e sentimentos exacerbados – ou até desajustados – em relação à doença e ao paciente, há mais conflito e estresse nos relacionamentos. Isso está associado, segundo as pesquisas, à piora do diagnóstico e a um maior número de recaídas.

Apesar de ser um grande desafio a convivência com um portador de Esquizofrenia, as pessoas que convivem com ele podem reverter a situação, caso ela esteja, digamos, desgastada. 

É Esquizofrenia, e agora?

O primeiro passo é abandonar ideias que surgem naturalmente, desde que se sabe do diagnóstico da doença. 

Entre essas ideias estão a de negar ou subestimar a Esquizofrenia; a de se culpar ou procurar um responsável pela manifestação da doença; a de se revoltar com a situação; e a de decidir superproteger o esquizofrênico.

Depois de receber o diagnóstico de um especialista, não tem como negar a existência da doença, que vai acompanhar a pessoa para o resto da vida. 

Também é certo que a doença se manifesta, independente da forma como uma criança foi criada, ou seja, a família ou um dos integrantes não é responsável por ela. E sentir raiva com a situação e manifestar-lhe só pode piorar as coisas. 

Ter uma atitude superprotetora, por sua vez, tolhe a liberdade e a autonomia, fazendo com que o paciente seja mais dependente do que o necessário, o que sobrecarrega ainda mais as pessoas que cuidam dele. 

Padrões emocionais

De acordo com o site Entendendo a Esquizofrenia, há alguns padrões emocionais frequentemente encontrados nas famílias de esquizofrênicos, que devem ser evitados. 

Além da superproteção e da hostilidade, padrões como críticas frequentes, cobranças exageradas, indiferença para com o paciente são algumas delas, que não vão levar a relacionamentos saudáveis. 

Outro padrão contraindicado é quando um ou mais parentes desenvolvem um envolvimento afetivo extremo, anulando-se totalmente para se dedicar somente ao paciente.

De acordo com o site, um grande aliado para uma mudança de um ou mais desses padrões emocionais é a terapia de família, com destaque para a psicoeducação, que inclui conhecimentos teóricos sobre a doença às sessões. 

Conhecimento, como alicerce

Buscar conhecimento sobre a doença, refletindo sobre os aprendizados, é um importante passo que ajuda a abandonar os preconceitos, aqueles sentimentos que vieram à tona desde o início do diagnóstico. 

Como explicou ao GZH, do Grupo RBS, o psiquiatra Paulo Belmonte de Abreu, professor da Faculdade de Medicina da UFRGS, o que acontece é um desequilíbrio em circuitos cerebrais importantes. 

De acordo com Abreu, esse desequilíbrio leva a uma perda funcional significativa, com o paciente tendo prejuízo na autonomia e nas capacidades e habilidades que lhe permitiriam trabalhar, estudar, manter relações afetivas e sociais e compreender o mundo a sua volta.

Atitudes na prática

Com maior entendimento sobre a doença, as pessoas que cercam o paciente devem buscar atitudes positivas diante dele. Elas são fundamentais para que o doente experimente uma recuperação melhor, tenha mais autonomia e relacionamentos saudáveis, assim como quanto a um futuro mais promissor e a uma melhor qualidade de vida.

Os benefícios não são somente para o paciente. 

A mudança de olhar, principalmente quando ocorre em conjunto por todas as pessoas que convivem diariamente com o esquizofrênico, melhora a convivência e os relacionamentos como um todo, impactando positivamente no ambiente familiar. Isso porque alivia a carga de sofrimento e melhora a saúde mental dos integrantes.

Todo mundo precisa ter um tempo dedicado só para si mesmo, garantindo momentos de prazer e relaxamento. Por isso, é importante ter pessoas que possam dividir as tarefas de cuidados ao paciente. E, assim, quem está sobrecarregado com os cuidados passa a ter tempo para passear, fazer atividades físicas, ler um livro etc.

Além disso, buscar atividades sociais e de lazer para serem feitas junto com o paciente também é benéfico para a relação. Afinal, sair da rotina também alivia o estresse. 

Um olhar diferente do seu

É bom entender que quem sofre de Esquizofrenia vê o mundo e se relaciona com tudo ao seu redor de modo diferente. Por isso, diante de uma reação qualquer do paciente, nem sempre adianta tentar explicar com uma linguagem que para nós faz sentido, mas não para ele. Também não funciona confrontá-lo com a realidade.

A melhor estratégia é conversar com calma e tentar entender de verdade o que levou o doente àquela atitude. Coloque-se no lugar do outro, tentando ver a situação sob a perspectiva dele, que é diferente da sua. 

Depois de tudo isso será possível colher os frutos: uma vida mais leve e feliz!

Fontes:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2019/08/esquizofrenia-como-uma-familia-lida-com-a-doenca-mental-grave-dentro-de-casa-cjzlcr6iz04i801pabcpej8a6.html

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