A pandemia de Covid-19 chegou subitamente e deu um chacoalhão nas pessoas. Mudaram as rotinas de trabalho e da vida pessoal; tivemos que aprender novas formas de nos relacionarmos, de nos exercitar, de nos alimentar. A pandemia abriu nossos olhos para o que há ao redor, tornando-nos mais solidários com o outro e com uma nova percepção quanto ao meio ambiente.
Também foram muitas dores. Muitos perderam amigos e familiares; outros ficaram sem emprego ou tiveram sua renda reduzida. Há quem teve sua saúde mental abalada; e os que ainda carregam sequelas após ser tratado da Covid-19.
Apesar de tanta tristeza, também aprendemos muito. “Viver é um exercício de superação, resiliência, acertos e erros. Enquanto estivermos vivos, estaremos aprendendo.” Essa frase foi escrita pela mestre em educação Cristine Soares, em artigo publicado pela Revista Direcional Escolas. Seu texto está linkado à experiência das escolas durante a pandemia, mas a frase é facilmente estendida a todos os âmbitos.
Fato é que percebemos que temos a capacidade de dar a volta por cima diante das adversidades. Além disso, antes, nunca tínhamos tempo para alguns projetos de vida, que eram sempre adiados. Ao ficar em casa, em isolamento social, sem faxineira, empregada ou babá, as tarefas se acumularam sobre cada um de nós, mas acabamos dando conta, talvez não com tanta maestria, mas abraçamos as tarefas extras.
Vimos muitas pessoas aprendendo a cozinhar, a fazer pão e até plantando uma horta em casa para usar no preparo dos alimentos… grandes aprendizados para aqueles que comiam todos os dias em restaurantes próximos do trabalho. Ainda assim vários aprenderam que, quando necessário, bastam alguns cliques num aplicativo e minutos depois a comida é entregue na nossa porta.
A tecnologia também nos permitiu praticar atividades físicas dentro de casa, assim como muitas pessoas aprenderam a meditar. Reuniões de trabalho, com amigos e familiares foram acontecendo à distância, através de uma tela. Pode ser mais frio, mas pelo menos nos manteve conectados com as outras pessoas.
Ainda tivemos tempo para fortalecer os vínculos com cônjuge e filhos; para cuidar daquele vizinho que ficou impossibilitado de ir às compras; e para parar alguns minutos na janela só para ouvir o canto dos pássaros voando livremente num céu menos poluído das grandes cidades.
Como será o futuro?
Será que vamos voltar a abraçar e beijar as pessoas como fazíamos? Será que vamos ignorar os vizinhos como antes? Será que a rotina estressante de “casa para o trabalho e trabalho para casa” do passado vai voltar? Vamos colocar no mesmo saco todo o lixo, reciclável ou não, afinal ninguém está vendo?
A maioria das empresas já decidiu adotar o trabalho híbrido, alguns dias da semana na empresa e outros em home office. Isso vai permitir que, com um bom planejamento do tempo, possamos fazer mais do que a rotina do passado que não nos deixava com tempo livre e ainda ficávamos esgotados pelas horas perdidas nos trajetos.
Cabe a nós usar essas horas ganhas da melhor forma possível. O que não pode ficar de fora do planejamento são os cuidados da mente e do corpo físico, inclusive garantindo boas noites de sono. Lembre-se: É graças à saúde mental e física que estamos aqui.
É difícil imaginar como será, efetivamente, o que está sendo chamado de “novo normal”. Muitos até fazem previsões sobre o mundo pós-pandemia, mas só saberemos de fato no futuro.
Até porque ainda não estamos totalmente a salvo do novo coronavírus – e nem sabemos se outras variantes ou outros inimigos invisíveis estarão entre nós. E só o tempo mostrará o real impacto que a pandemia de Covid-19, assim como todos os seus percalços, teve sobre cada indivíduo e sobre a sociedade como um todo.
Amadurecemos com certeza, mas mais que isso sobrevivemos! Nosso desafio, no futuro, será aproveitar todos os aprendizados obtidos durante a pandemia. Podemos, sim, ser melhores do que no passado se aplicarmos o que aprendemos. Está, porém, na mão de cada um.
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