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Como controlar a ansiedade no começo do ano?

Ano novo, vida nova. Isso já virou clichê, uma frase repetida à exaustão a cada ano que começa. Entretanto, com o passar dos dias, percebemos que pouco muda em relação ao ano anterior, só que mesmo assim mantemos expectativas e esperanças por transformações, como se este momento representasse a melhor oportunidade de recomeço, de renovação da vida pessoal e/ou profissional. 

Só isso já é suficiente para desencadear alguns sintomas, como angústia, preocupação e desconforto. 

Desta vez, porém, esses sentimentos estão mais exacerbados. Afinal, levante a mão quem não espera por uma vacina que nos proteja do novo coronavírus para voltar a circular livremente pelas ruas, supermercados, academias, shows etc. sem o medo de ser contaminado? Quem não quer voltar a receber pessoas em casa e visitá-las, abraçá-las, beijá-las?

Diante de fortes expectativas como essas – e outras, próprias de cada um –, o ser humano naturalmente pode ter desencadeado um processo de ansiedade. 

O que é a ansiedade?

A ansiedade é uma reação natural do ser humano. Ela é como um mecanismo de autoproteção, que vem à tona quando temos que nos preparar para uma situação de risco ou perigo. É normal, então, ficar ansioso às vésperas de uma cirurgia, de uma viagem, de uma entrevista de emprego, por exemplo, ou na expectativa de algo, como a vacina da Covid-19.

Entretanto, quando a pessoa sente uma preocupação intensa, excessiva e persistente, ou seja, fora do controle, que costuma desencadear medo de situações cotidianas – inclusive aquelas que não representam perigo algum – e interferir na vida pessoal e profissional, aí deixa de ser normal. Estamos falando, nesse caso, do Transtorno de Ansiedade.

“Devemos entender ansiedade como um fenômeno que ora nos beneficia ora nos prejudica, dependendo das circunstâncias ou intensidade, podendo tornar-se patológica, isto é, prejudicial ao nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal)”, conforme está descrito no site do Ministério da Saúde, em “Dicas em Saúde”, que continua: “A ansiedade estimula o indivíduo a entrar em ação, porém, em excesso, faz exatamente o contrário, impedindo reações”.

Dicas práticas

Algumas estratégias ajudam as pessoas a lidar melhor com sua ansiedade. Além de manter uma alimentação equilibrada, beber muita água e dormir bem, outras ações são fortes aliadas para combater a ansiedade, tais como:

  1. Ter uma agenda com a lista de tarefas diárias facilita a auto-organização. Priorize e faça uma coisa por vez com foco determinado – os ansiosos têm a tendência de fazer várias atividades ao mesmo tempo, e sua mente fica vagando entre tudo o que tem que ser feito, o que gera estresse e ansiedade.
  2. Pensar positivo é uma ótima estratégia de motivação, conforme ensinou o psicólogo Eraldo Melo, em entrevista para o “O Estado”, do Maranhão. Então, deixe de lado o negativismo.
  3. Ninguém merece ter só obrigações a desempenhar. É preciso ter momentos que funcionem como válvula de escape para o estresse acumulado. Reserve momentos que proporcionem prazer, como atividades físicas, assistir um filme, ler um trecho de livro, meditar ou qualquer outra opção que impacte positivamente em seu bem-estar.
  4. Evite gastar energia com pensamentos futuros, do tipo “e se isso acontecer…”. Foque-se no momento presente, principalmente porque a ansiedade é um mal que vem do futuro, disse Melo, e não adianta se preocupar com o que ainda não aconteceu. Ele destaca que a melhor saída é focar em se preparar somente para algo que está prestes a acontecer, como uma entrevista de emprego ou uma apresentação em público que estejam agendadas.
  5. Investir em inteligência emocional é uma poderosa arma contra a ansiedade. A ideia é desenvolver o autoconhecimento, o autocontrole, a motivação, a produtividade, a criatividade e a capacidade de lidar e resolver problemas. Melo explicou que ser inteligente emocionalmente significa ser capaz de conhecer suas habilidades e seus pontos fracos, aceitando suas próprias limitações. Isso traz equilíbrio psicológico e evita medos e apreensões desnecessárias.

Se a ansiedade está gerando sintomas fora do controle, a pessoa deve procurar ajuda profissional, até para ter um diagnóstico correto do transtorno que está sofrendo. Pode ser transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobia social, entre outros. É esse profissional da área da saúde que poderá definir o melhor tratamento de acordo com o caso.

O diagnóstico leva em conta os sintomas do paciente. Como detalha matéria publicada em “O Estado”: 

  • No caso de ansiedade generalizada, os sintomas incluem irritabilidade, dificuldade de concentração, insônia e fadiga. 
  • No transtorno de pânico, a pessoa tem uma súbita ansiedade intensa, acompanhada de palpitação, sensação de desmaio, falta de ar, sudorese excessiva, vertigem, tonturas e formigamentos no corpo. 
  • Já a fobia social apresenta sudorese, taquicardia, boca seca, tremor, tensão muscular, rubor facial e náusea”.

Brasil, um país ansioso

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2019, o Brasil já era o país mais ansioso do mundo, com a doença atingindo 9,3% da população – estamos falando de 18,6 milhões de brasileiros com o transtorno.

Se nos últimos anos o Transtorno de Ansiedade já tem merecido atenção, agora se faz ainda mais importante. A estatística da OMS foi levantada antes da pandemia de Covid-19. E não temos números atuais, mas a tendência é de um aumento substancial de casos. 

“O impacto da pandemia na saúde mental das pessoas já é extremamente preocupante”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em maio de 2020. “O isolamento social, o medo de contágio e a perda de membros da família são agravados pelo sofrimento causado pela perda de renda e, muitas vezes, de emprego”, completou ele.

A constatação levantada por Adhanom foi logo nos primeiros meses da pandemia. Por isso, o momento – ainda com o novo coronavírus circulando entre nós – é para respirar fundo, seguir nossas dicas para aliviar as tensões e, juntos, evitarmos a propagação da ansiedade e suas consequências.

Fontes:

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/224_ansiedade.html

https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6170:onu-destaca-necessidade-urgente-de-aumentar-investimentos-em-servicos-de-saude-mental-durante-a-pandemia-de-covid-19&Itemid=839

https://imirante.com/oestadoma/noticias/2018/01/21/como-lidar-com-a-ansiedade-de-um-ano-novo/

https://imirante.com/oestadoma/noticias/2018/01/02/veja-dicas-de-como-controlar-a-ansiedade-para-ter-uma-vida-melhor/

https://www.unimed.coop.br/web/cascavel/noticias-unimed/brasileiro-e-o-povo-mais-ansioso-do-mundo-diz-oms-veja-como-controlar#:~:text=De%20acordo%20com%20a%20Organiza%C3%A7%C3%A3o,5%2C8%25%20da%20popula%C3%A7%C3%A3o.

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