A pandemia de Covid-19 chegou como um tsunami na nossa vida. E o impacto foi generalizado, não importando a classe social, a cor da pele, o nível educacional…
Rapidamente, muitos tiveram que aprender novas formas de trabalhar, de se relacionar, de passar o tempo sozinho, de se exercitar dentro de casa etc. De fato, foram muitas as novidades e os aprendizados, mas que, em maior ou menor grau, causam incertezas e inseguranças. E tudo isso pode impactar a nossa saúde mental.
Dentre os problemas que vêm aumentando entre a população, como a depressão e a ansiedade, está a Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional.
Essa doença é causada por sobrecarga de trabalho ou profundo estresse como consequência da constante pressão e da esperada responsabilidade profissional.
Sinal de alerta a médicos e enfermeiros
Apesar de poder atingir qualquer trabalhador, são os profissionais da área médica, principalmente médicos e enfermeiros de ambos os sexos, que estão adoecendo mais com a Síndrome de Burnout durante este momento pandêmico.
Longos plantões, lutar incansavelmente para combater esse inimigo invisível, presenciar o sofrimento de pacientes, dar a notícia de óbito para familiares… com certeza, é uma rotina, dia após dia, de intenso estresse.
Isso sem contar o receio de ser infectado pelo vírus e, quando está longe do espaço profissional, ter toda as tarefas e atividades de sua própria casa e da família.
Num âmbito mais amplo, ou seja, além da área da saúde, já há alguns anos têm aumentado os casos de Síndrome de Burnout, segundo o Hospital do Coração (HCor), cujos motivos são principalmente situações de trabalho desgastantes, excesso de responsabilidade e de competitividade.
“Objetivos difíceis de serem alcançados impostos por chefes aos seus colaboradores também ganham destaque. Muitas vezes, a pessoa pode não ser capacitada para tal função ou já estar desempenhando outras atividades, e isso pode impedir o cumprimento de demandas solicitadas. A pessoa se sente, então, sobrecarregada e, ao mesmo tempo, incapaz, pois deseja realizar o que lhe é proposto, mas não tem meios para isso”, detalha a associação beneficente síria na seção HCor Explica.
No atual cenário o desgaste é ainda maior para muitas pessoas. Há, por exemplo, as trabalhadoras que são mães, sendo que muitas deixaram de contar com a escola, onde os filhos passavam parte do tempo e que agora estão tendo aulas online em casa.
Essas, assim como homens e mulheres mesmo sem filhos, tiveram que abrir mão da ajuda de faxineiras e empregadas domésticas e, depois do expediente, assumir as tarefas domésticas.
Quais os sintomas?
Em linhas gerais, a pessoa tem um colapso físico ou mental. Conforme detalha o Ministério da Saúde (MS), os sintomas são de “exaustão extrema, estresse e esgotamento físico”. É comum também que o paciente tenha esgotamento mental e sentimentos negativos em relação ao trabalho.
De acordo com o MS, a lista de sintomas, os quais são leves no início, mas seguem uma tendência de piora dia após dia, é longa:
· Cansaço excessivo, físico e mental.
· Dor de cabeça frequente.
· Alterações no apetite.
· Insônia.
· Dificuldades de concentração.
· Sentimentos de fracasso e insegurança.
· Negatividade constante.
· Sentimentos de derrota e desesperança.
· Sentimentos de incompetência.
· Alterações repentinas de humor.
· Isolamento.
· Fadiga.
· Pressão alta.
· Dores musculares.
· Problemas gastrointestinais.
· Alteração nos batimentos cardíacos.
Diagnóstico e tratamento
O ideal é que a pessoa procure um especialista, como psiquiatra ou psicólogo, nos primeiros sinais ou sintomas. Esse profissional poderá diagnosticar, após análise clínica do paciente, casos de Síndrome de Burnout ou, então, se trata-se de algo passageiro.
O tratamento varia de acordo com o paciente e o quadro apresentado. Além de psicoterapia, o profissional pode receitar medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos.
O Ministério da Saúde recomenda que a pessoa diagnosticada com a doença tire férias e busque atividades de lazer com a família ou amigos.
Como evitar a Síndrome de Burnout
Para se prevenir da Síndrome de Burnout, a pessoa deve seguir as mesmas recomendações indicadas para se ter uma boa saúde mental.
São elas: ter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas regularmente, ter boas noites de sono, garantir momentos de diversão e lazer com amigos e familiares e evitar bebidas alcoólicas, tabaco e outras drogas, assim como a automedicação. A prática de meditação também traz muitos benefícios à saúde mental.
Além disso, segundo o MS, há algumas formas complementares de prevenção da Síndrome de Burnout, como:
· Definir pequenos objetivos na vida profissional e pessoal.
· Fazer atividades que “fujam” à rotina diária, como caminhadas ao ar livre mantendo distanciamento e outras práticas que provoquem o sentimento de fazer algo diferente.
· Evitar o contato com pessoas “negativas”, especialmente aquelas que reclamam do trabalho ou dos outros.
· Conversar com alguém de confiança sobre o que se está sentindo.
Nós já sabemos a fórmula em prol da saúde mental e para manter a Síndrome de Burnout longe.
Só precisamos colocar em prática o conceito de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, garantindo momentos de lazer e consumindo alimentos saudáveis.
Esse equilíbrio se faz mais importante ainda no atual turbilhão de emoções causadas pela pandemia de Covid-19.
Fontes:
www.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental/sindrome-de-burnout#:~:text=S%C3%ADndrome%20de%20Burnout%20ou%20S%C3%ADndrome,justamente%20o%20excesso%20de%20trabalho.
www.hcor.com.br/hcor-explica/outras/sindrome-de-burnout/
www.saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/burnout-e-assedio-moral-continuam-em-tempos-de-pandemia/