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Como a obesidade pode afetar a saúde mental?

A obesidade é uma doença multifatorial que envolve elementos genéticos, ambientais, emocionais, comportamentais e socioculturais, sendo definida como o acúmulo de gordura corporal excessivo ou fora do normal e que pode trazer prejuízos à saúde. A condição é um fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras doenças. Além disso, a saúde mental pode ser afetada consideravelmente na população obesa.

Uma medida usada internacionalmente para o diagnóstico e classificação sobrepeso e obesidade em adultos é o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado pela divisão do peso em quilogramas (kg) pela altura (em metros) ao quadrado. Apesar disso, o IMC por si só não é suficiente para definir a gravidade do sobrepeso, sendo essencial avaliar outros fatores clínicos.

O controle da obesidade é alvo de preocupação dos profissionais da saúde, governos e da sociedade em geral devido ao aumento da sua ocorrência na população, sobretudo nas últimas décadas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a obesidade atingia um em cada cinco brasileiros de 18 anos ou mais em 2013. Contabilizando a população obesa e com sobrepeso (IMC ≥ 25), já em 2015, o número estimado era de cerca de 82 milhões, um verdadeiro problema de saúde pública.

A obesidade tem sido frequentemente abordada em discussões e publicações sobre estilo de vida e padrões estéticos na sociedade atual. Além dos aspectos relacionados à saúde física, a condição também pode desencadear consequências psicológicas graves como a diminuição da autoestima, estresse e a presença de transtornos depressivos e alimentares, o que altera o comportamento do indivíduo e pode levar a vários problemas que comprometem a sua qualidade de vida.

Um indivíduo muito acima do peso considerado adequado pode encontrar dificuldades ao se relacionar com outras pessoas por sentir-se indesejável; outros podem comer compulsivamente para preencher vazios emocionais causados por diversos motivos, como dificuldades no trabalho, questões afetivas e até mesmo discriminação. Dessa maneira, o alimento pode fornecer uma sensação temporária de prazer e pode soar como uma solução para os problemas, gerando um ciclo vicioso e que demanda cuidados especiais.

O processo para o diagnóstico e tratamento da obesidade deve ser acompanhado por profissionais de saúde, como médicos, nutricionistas e psicólogos. O acompanhamento por um psiquiatra no cuidado da saúde mental dentro do quadro de obesidade pode ser muito importante e proporcionar melhor qualidade de vida ao indivíduo.

Fontes:
ABESO. Quase 60% dos brasileiros estão acima do peso, revela IBGE [Internet]. São Paulo: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, 2015; [citado ago 2019]. Disponível em: http://www.abeso.org.br/noticia/quase-60-dos-brasileiros-estao-acima-do-peso-revela-pesquisa-do-ibge
ABESO. Mapa da Obesidade [Internet]. São Paulo: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica; [citado ago 2019]. Disponível em: http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel/mapa-obesidade
ANS. Manual de diretrizes para o enfrentamento da obesidade na saúde suplementar brasileira [Internet]. Rio de Janeiro: Agência Nacional de Saúde Suplementar, 2017; [citado ago 2019]. Disponível em: http://www.ans.gov.br/images/Manual_de_Diretrizes_para_o_Enfrentamento_da_Obesidade_na_Sa%C3%BAde_Suplementar_Brasileira.pdf
Lima ACR, Oliveira AB. Fatores psicológicos da obesidade e alguns apontamentos sobre a terapia cognitivo-comportamental. Mudanças – Psicologia da Saúde. 2016;24(1):1-16.
Macedo TTS, Portela PP, Palamira CS, Mussi FC. Percepção de pessoas obesas sobre seu corpo. Esc Anna Nery. 2015;19(3):505-10.

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